quinta-feira, 19 de agosto de 2021

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 Isso é um agradecimento, é quase uma carta de amor, não é pois seriam milhares e tratar de amor com números não é muito a minha cara! Aliás qual a minha cara? Eu ainda não encontrei o que estou procurando. De 1988 até aqui, de setembro a setembro, de sol até a chuva que insiste em cair em novembro, de Diego até todos vocês que recém chegaram e tentam entender essa maré viva que me tornei , entre Cascavel e o resto do mundo (dessa vez sem exagero), Santa Felicidade e onde for meu lar, de tão pouco a tudo isso que as vezes nem sei se mereço. Do tanto que você imaginar de mim, julgar, conhecer, pensar e ainda sim permanecer ao meu lado, eu preciso dizer obrigado! Pelos setembros que tem terminado, pelas amizades que nunca findam, pelas que descansam em paz, mas que reviverão nos abraços que em breve darei, nas memórias dos nossos dias de glória, ou se perdem no caminho do garoto perdido. Pelos dias sem fotos, por todas as garotas sem rosto, pela mãe que nunca muda, a cidade que parece que se cansou de mim, a banda que faz minha vida, o Deus que insiste em não desistir de mim, obrigado ao espectador e participante dessa jornada que busca entender o que nem eu sei na maioria das vezes, um fantasma de mim, pelas promessas que ainda vão se cumprir, ou no mínimo não serão quebradas, eu juro, não irão! Por você e alguém mais. Por toda lembrança que caminha junto com o sorriso infinito da alma inquieta que te chama na noite pra sorrir, a cada lágrima contida um motivo pra dizer que valeu a pena acreditar no que quer que seja, em algo que não há valor, um motivo pra dizer obrigado. Entre Rodrigo, Danielly, JéssicaScarlath, Douglas, Jonathan, Ronaldo, Jean, Diego e Augusto existe uma ponte que liga os dias que caminhei por aqui, e tantos outros caminharam, que me levaram nos braços mesmo quando pensavam que eu os cuidava com olhos bem abertos; eu estava cansado, obrigado. Pois João não ficou quanto tempo a lógica diz que deveria, a música, o jogo, a arte, o tempo, a vida ajudou a me moldar; eu não sabia, mas só é capaz quem respira. Por minha mãe, e quem ousou crer em mim, eu vou com o vento na cara. A os nomes perdidos, esquecidos, não lembrados, apagados, pessoas perdidas e que me perdoaram, aos lugares visitados, a toda hospitalidade oferecida, hostilidade respondida, a cada ferida que nunca cura feita por mim mesmo, e algumas vezes por quem tentou me ajudar, e um resto de mundo que é contra mim, aos tombos levados e as quedas sofridas, aos que me dão a mão quando eu ainda preciso lembrar de que lado estou, obrigado; talvez, perdão; muito do meu mérito é de vocês e grande da parte da culpa do que não consegui é só minha. Por todos os próximos vinte e dois ou trinta e três dias, por todos os vinte e um do nove, a cada mil novecentos e oitenta e oito que se repete a cada ano momento, como num buraco de minhoca sem fim, eu irei e estarei aqui, eu voltarei e direi, me sentarei ao meu próprio lado pra esperar o próximo setembro chegar. Tentarei chegar mais próximo quando sentar, e ter mais histórias pra contar, mas por enquanto me desculpe por não saber tudo, por dizer muito, por te confundir um pouco, e por não me calar. Por todos esses dias, digo novamente: obrigado, espero agradecer ainda mais do que pedir perdão. Eu estarei por aqui nos próximos trinta e três dias, anos, e se eu me perder de novo, faz parte do caminho, eu sei.

Acorde, nós estamos sonhando. 

Ler ouvindo “Outro” - M83

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