segunda-feira, 8 de março de 2010

Eu estive frente a frente...

Frente frente com a morte e ela sorriu pra mim,
encarei de frente a arma mas não pude ver o tiro,
nem ouvir o som, nem pensar em morrer, disse adeus e sobrevivi.
A Morte tinha cor de pesadelo que engana como um sonho bom, mas
não convence quem respira liberdade do dia dia preto e branco da vida.

Eu estive frente a frente com a vitória, ela brilhava como ouro, me virei e procurei pelo sobrevivente derrotado, perguntei: "Onde é a sua outra luta?"... e o segui.
Terminar tudo aqui não teria sentido, eu preciso ouvir denovo retinir dos tambores,
o barulho das espadas e os gritos, gemidos e choros de dor, os corpos pelo chão, pra provar
que a graça de estar vivo é estar lutando pra não morrer, e que esconder-se
da batalha também é uma forma de estar morto.

Eu estive frente a frente com o amor, tinha olhos verdes de sinceridade,
mas antes que o fizesse, se virou e partiu em silêncio, enquanto eu calado
gritava pra que ficasse aqui. Antes que a lágrima tocasse o chão eu já estava longe
rasgando cartas que nem escrevi, mudando estrofes da letra da canção, pra continuar
a crer que o amor não termina aqui, mas que embora tudo se vá, só nos restará
o amor, e por ele viveremos e morreremos se preciso for.

Eu estive frente a frente com a vida plena, e ela me convidou pra dançar, aceitei!
Em passos confusos dançamos por algum tempo, ela valsava e eu a acompanhava
como podia, porém nunca me afastava ou soltava sua mão, espero que quando a música
terminar eu esteja no mesmo compasso que a vida pra deixá -la de forma satisfatória,
pois da melhor maneira que pode, ela me satisfaz!

Eu me curvei pra um falso deus, até estar frente a frente com o Deus da verdade,
mesmo assim dei as costas a Ele de certa forma, pra não enlouquecer enquanto via
o quanto ele era perfeito e bom e eu incapaz e maldoso, então corri, levei os ensinamentos
e prometi que iria sempre me superar em honra ao seu nome, Ele então me disse: "Vá em paz!".

Eu encontrei a paz, mas perdi o sossego quando acreditei que era capaz de começar tudo
denovo por algo maior, eu desisti de desistir quando vi que existe um céu maior que a dor,
percebi que toda lágrima é um motivo pra não desistir, eu estive frente a frente com a paz,
e ela me ofereceu uma arma pra lutar, eu aceitei e gritei: "Quem virá comigo?", mas ninguém
respondeu, então parti, e esse é o único registro que se tem de mim.

Eu dei as costas pra derrota, pro demônio, pra fama, riqueza, e vícios enquanto pude,
me apeguei a algo que pensei ser útil no caminho, mas ainda sei quem é meu inimigo,
então não se engane quando me ver por aí, posso não saber onde estou, mas nunca
me esqueci de onde vim e onde devo ir!

Ler ouvindo: "45" - Shinedown